É a campanha mais deprimente a que alguma vez assisti e vou votar à trinta e nove anos.
Pura vergonha o que se está a fazer e todos os partidos são coniventes.
Anda tudo confuso e cada um fala do que lhe vem à cabeça no momento.
Não, as eleições não são para as legislativas mas parece que toda a gente pensa que sim.
Deixamos este país ir para o descalabro .
Votem em consciência, mas isso quer dizer votar em quem.
Eu sou fiel, mas porque tenho convicções.
E quem não tem convicções como é que se decide?
É a campanha mais deprimente a que alguma vez assisti e vou votar à trinta e nove anos.
Pura vergonha o que se está a fazer e todos os partidos são coniventes.
Anda tudo confuso e cada um fala do que lhe vem à cabeça no momento.
Não, as eleições não são para as legislativas mas parece que toda a gente pensa que sim.
Deixamos este país ir para o descalabro .
Votem em consciência, mas isso quer dizer votar em quem.
Eu sou fiel, mas porque tenho convicções.
E quem não tem convicções como é que se decide?
Abril deu-nos a capacidade de pensar-mos pela nossa cabeça e penso que temos usado desse privilégio.
Uns num sentido outros noutro.
É assim a democracia.
Não são os que pensam à direita que eu lamento.
Tem esse direito.
Os que eu lamento são os que não pensam.
Os que não pensam são aqueles que usam a neutralidade.
Usar a neutralidade é estar bem com Deus e com o Diabo e isso é impossível.
A SAÚDE DO TAVARES
(Prosa em forma de conto, especialmente dedicada aos meus Amigos Médicos)
O Tavares andava a sentir-se mal. Decidiu, então, ir ao médico. Eescolheu um Esculápio com nome firmado nas Praça das Competências : investigador, professor universitário e comendador. É bom dizer que o Tavares, coitado, tinha 75 anos. Doía-lhe tudo ! Por isso optou por um Sabe-Tudo, o qual, além do mais, bebia o café com ele, no Logradouro da Elvirinha, tasco do bairro onde ambos viviam (ele num 2º andar e o Clínico numa donairosa vivenda).
- « O Sr. Tavares por aqui », disse o médico, prazenteiro.
- « É verdade , Senhor Doutor. Olhe, dói-me tudo !»
O Senhor Doutor mandou deitá-lo na marquesa (peça de mobiliário médico, nada de confusões - coitado do Tavares! ) - apalpou-lhe as pernas, depois examinou-lhe os braços, a seguir mandou-lhe deitar a língua de fora, quis examinar a próstata e , de luvas transparentes, meteu-lhe duas vezes os dedos no buraco do fundo das costas, suspirou e declarou:
- « Bem, Senhor Tavares, o meu Amigo tem a idade que tem. E apresenta mazelas. Claro que eu lhe poderia receitar aspirinas. Mas não pode ser. As aspirinas atacam a mucosa gástrica e o meu Amigo disse-me no café que tinha enfartamentos. Em tese, eu inclinar-me-ia para o ecozanato de sódio. Mas também não seria sensato, porque os ecozanatos são agressivos para o intestino grosso. E o meu Amigo já me disse, no café, que padecia de prisões de ventre. Talvez um fluorato de tugsténio. Ná ! Ná ! Também temos de o excluir. O tugsténio potencia as flatulências. E o meu dilecto Amigo disse-me no café que já não ia ao futebol por causa dos gases. Compreende-se e é muito cívica tal atitude. Pensando bem, talvez pudessemos experimentar uma magnésia bisurada. Pois ! Mas as magnésias podem propiciar diarreias. E o meu Ilustre Vizinho confessou-me, no Logradouro da Elvirinha, que ia com frequência a apertar-se todo, correndo para o seu Gabinete de Meditações Urgentes, por via da incontinência da tripa fundeira. Claro que ainda sobram toda a gama dos fenobarbitais, óptimos para lhe retirar a ansiedade, mas péssimos para a vida activa que o meu especialíssimo jogador de damas ainda quer fazer. Olhe, sopesando muito bem a situação, eu penso que o Caríssimo Tavares não deverá tomar rigorosamente nada. É a melhor forma de preservar a pouca saúde que ainda lhe resta. É isso. É isso, sem dúvida nenhuma. A melhor das alternativas é não tomar nada. E pronto. Pode enfiar as cuecas e as calças e ir pagar à Marinela da recepção. Pouca coisa. Só 95 euritos. Deveriam ser 100, mas os Amigos são para as ocasiões ».
Durante largos meses, não soube do Tavares. Até que acabei por o encontrar, à saída do Logradouro da Elvirinha. - "Meu Caro Tavares, estás com um aspecto magnífico ! Por esse andar, chegarás à idade de Matusalém.». O Tavares sorriu docemente e respondeu : « Talvez, talvez ! Mas o mérito não é meu. É do Bruxo deTorremaior. Venho de lá. Mas agora estou com pressa. Tenho de ir colher raízes de urtigas, que irei moer com sangue de galinha preta, morta às onze horas de uma noite de lua cheia. Olha, deverias lá ir , por causa das tuas queixas. É barato. Só te leva 15 euros por consulta ».
E lá se foi embora, todo contente e feliz.
OUTRA HISTÓRIA DO BAIRRO DA BICA
(Para o meu Amigo Carlos Ferreira, que me pediu a escrita de mais um conto)
O Delfim era escriturário de 2ª classe da Câmara Municipal de Lisboa e morava no Bairro da Bica, numa casinha de dois andares, mesmo perto do sítio onde se cruzam os dois ascensores. Nas vizinhanças gostavam dele: era um quarentão celibatário, mas muito respeitador e nada havia a dizer, aparentemente, quanto aos bons costumes. Não fumava, recolhia-se cedo a casa e tinha no varandim do seu 1º andar um canário, que colocava a tomar sol, sempre que a correspondente poalha de oiro se desprendia do Mar da Palha.
Na casa em frente viviam duas irmãs casadoiras, uma delas com opulências de seios, a Georgina, e outra com jogos de quadris, a Manelucha, que era um desafio ao Deus da Semana Santa. Ambas se interessavam bastante pelo Delfim, mas nenhuma confessava à outra que as coisas, bem conversadinhas, até poderiam resolver-se no dia das Noivas de Santo António. Não obstante os jogos de cintura da Manelucha, a verdade é que a Georgina levava a palma à irmã, em todos os pormenores que costumam pôr um homem a salivar muito mais do que o cão do Pavlov quando ouvia a campainha. Um turista espanhol que um dia passou por ali e teve a rara sorte de divisar a Georgina, de saia travada, a fazer festas - toda dobradinha, benza-a Deus - ao cão Tarrenego, do sapateiro Vicente, não se conteve e desbundou esta apreciação andaluza : - Oh, Madre de todos los pecadores ! Tentaciones de Infierno ... por supuesto !
Mas o certo é que a Manelucha, menos dotada na frontaria mas não no traseiro, não desarmava e, sempre que se cruzava com o Delfim, assemelhava-se a um daqueles ornamentos chineses que, batidos pela brisa, para ali ficam a fazer tlim-tlim-tlim, até que a codícia do macho se lembre de que aquilo só pode resolver-se com um bom vendaval.
Todo o bairro discutia, mais ou menos em segredo, quem seria aquela que levaria a palma à outra, na disputa latente dos favores do Delfim - e do correspondente cartão de cidadão, com o estado civil atestado pela Conservatória do respectivo Registo. Era voz corrente , e largamente maioritária, que a Georgina acabaria por ganhar. Por isso, foi com alguma perplexidade dos apostadores que no Bairro da Bica correu a notícia de que o Delfim tinha desaparecido, numa sexta-feira, com a Manelucha, para voltar a aparecer na quarta-feira seguinte, com a mão a rodear a sexta parte do traseiro da moça e cada um deles com uma aliança , muito brilhante no dedo.
Claro que, a partir daí, foi a Manelucha a dona da alpista do canário, tanto em sentido próprio, como figurado.
Correu o tempo. A Georgina, imperturbável e sempre amiga da irmã, foi requestada por um doutorzito de Coimbra, desempregado (como seria de supor), que a levou para as margens do Mondego e com ela se deliciou a ouvir o passarinho do Bernardim - tanto em sentido específico como em alcance genérico.
Quem, verdadeiramente, não se contentava com as explicações correntes era o sapateiro Vicente, o qual, afagando o lombo do cão Tarrenego, obtemperava : « Aqui há coisa ! Aqui há coisa ! Fosse eu a decidir, e filava a Georgina. Que raio teria dado ao Delfim ?».
O enigma desatou-se muito depois, num fim de noite em que o sapateiro Vicente apanhou desprevenido o Delfim, já bem bebido, numa sessão de fado vadio, promovido pelo Grupo Excursionista do " Espera aí keu já i vou". «Oh Delfim, meu velho patife, somos amigos desde sempre. Fui eu que ajudei a morrer o teu pai, coitadinho, que do outro lado nos olha e nunca falta, em espírito, a estas desgarradas. Vai ser hoje que tu me irás dizer por que razão casaste com a Manelucha, quando a Georgina, não desfazendo, dava para desfazer um homem todo e ainda lhe sobravam recursos». O Delfim resistiu: « Oh, Amigo Vicente, lá tá você a querer saber o que não pode e não deve». E o Vicente : « Homem, dize lá ! Sabes que eu não sou pessoa para subir e descer com o que disseres, como o Elevador daqui do bairro. Então ? »
O Delfim suspirou duas ou três vezes. Acendeu um cigarro e apagou-o logo de seguida. Ainda tentou furtar-se , dizendo : « Vamos mas é ouvir o Zé Pinhão, caraças, grande voz, parecida com a do Fernando Farinha a interpretar aquele fado do ' rastejamos como sapos / com a farda em farrapos / pela terra de ninguém" . Escute lá isto, que é mesmo bom ». Mas o Vicente não desarmou . Ouviu o fado todo, bateu muitas palmas e voltou á carga : « Homem, eu sou quase igual ao teu pai, porra ! Porquê a Manelucha e não a Georgina ?». Delfim, enfim, rendeu-se. E mesmo sem esperar o fim da sessão do fado vadio, arrastou o Vicente para um canto escuso da casa do venerando Grupo Excursionista "Espera aí keu já i vou" e declarou, baixinho, baixinho , baixinho : « A Georgina, Tio Vicente, já estava eu farto de 'comer'. Mas a minha Manelucha tornou claro que só me mostraria as cuecas com anel no dedo. Percebe agora ?».
O Vicente acenou com a cabeça e desapareceu.
Bem denunciado.
Ainda há pouco tempo contou-se aí na terra que a um indivíduo lhe tinham saído 70.000 euros, mas é tudo treta. As pessoas ainda caem na esparrela de dizer que vão de férias às Caraíbas ou à Tailândia ou não sei quê, mas é tudo um engodo.
As pessoas tem é de gastar aquele dinheiro na cadeia de supermercados que patrocina o concurso e no prazo de um ou dois meses após a entrega do cartão de crédito.
Como dificilmente consegue gastar 70.000 euros em compras em tão curto espaço de tempo, perde o direito ao que não gastou.
Segundo parece as autoridades competentes já estão em campo para acabarem com esta burla descarada, e se ainda não acabaram é porque o próprio estado também esta a mamar.
Não são só os velhotes que caem na esparrela das chamadas.
Conheço muito boa gente com reformas de 300 euros que não passam um dia em que não façam duas ou três chamadas e assim estupidamente gastam cerca de três euros que multiplicados por trinta dá cerca de cem euros por mês.
Depois pedem fiado na farmácia e pedem para verem se há medicamentos que outras pessoas tenham devolvido.
Alimentam-se de forma deficiente, ou atrvés da Assistência Social, mas gastam estupidamente a reforma no engodo do jogo fácil.
O mesmo se passa com as chamadas de valor acrescentado para apoio em estado de calamidades ou para apoio a instituições como a Liga Portuguesa Contra o Cancro em que de cada mil euros vão duzentos (20%) para a PT, duzentos (20%) para a televisão, duzentos e trinta (23%) para o estado e trezentos e setenta para a instituição ou para a organização de apoio na tragédia.
Ainda não há muito tempo, na altura das enchurradas na Madeira isto foi bem denunciado. Dos cerca de dois milhões de euros que entraram pelas chamadas, o que foi parar à organização de apoio às vitimas não chegou a quinhentos mil euros.
Alguns jornais escreveram sobre o caso, mas as pessoas, na sua boa fé continuam a cair que nem tordos.
OS PRÉMIOS DOS CONCURSOS DAS CHAMADAS DE VALOR ACRESCENTADO SÃO PAGOS EM CARTÃO DE CRÉDITO BANCÁRIO
Por Luísa Silva / 1 dia atrás
As chamadas de valor acrescentado são um grande negócio para os canais de televisão, para a PT, Finanças e para os bancos. Todos ganham. Os canais de televisão e a PT ganham uma percentagem das chamadas, as Finanças ganham o IVA e os bancos ganham uma taxa por cada transação que o vencedor efectua com o cartão de crédito que ganha.
Todos os dias os espectadores dos canais genéricos de televisão são aliciados para ligarem para os números que passam constantemente em rodapé e se habilitarem a determinada quantia.“Ligue o 760……. e fique imediatamente habilitado a ganhar x”.
Há programas cuja existência se deve apenas ao concurso, onde os apresentadores conseguem estar quarenta e cinco minutos a falar de nada, a aliciarem constantemente quem os está a ver.
Os mais incautos são os idosos, que caiem neste embuste e gastam mais do que podem não tendo meios de pagar a conta telefónica quando a recebem.
Os apresentadores, bons profissionais, colaboram nesta burla, pois além de propagandearem o concurso vezes sem conta durante horas, chegam ao ponto de perguntar ao vencedor o que vai fazer com o dinheiro, sabendo perfeitamente que não há dinheiro nenhum em jogo, o que há é um cartão de crédito de um banco que o vencedor é obrigado a aceitar e a assinar um documento emitido pelo banco como recebeu aquele valor, que na realidade não recebeu e se não assinar não recebe. Assinando, recebe um cartão de crédito no valor do prémio anunciado que só lhe permite pagar despesas durante um determinado período de tempo, pagando uma taxa elevada por cada despesa paga. Se o prazo expirar perde o saldo que lhe restar.
No regulamento dos prémios é mencionado que os valores são pagos em cartão de crédito, então porque é que a publicidade do concurso não só omite esta forma de pagamento como engana os correntes levando-os acreditar que o prémio é pago em dinheiro?
Onde estão as entidades reguladoras e fiscalizadoras que pactuam na venda de gato por lebre?
UM CROMO MUITO SUJO
Houve quem tivesse estranhado uma verbalização "demasiadamente agreste" no modo como foi redigida a postagem "Resposta ao Silva de Boliqueime".
Passo a explicar que tal personagem não me merece a menor ponta de respeito ou de consideração. Não o encaro como um Presidente da República. Tenho-o como um moço de fretes do actual Governo. O tipo nem sequer consegue ser fiel à palavra dada. Recordarão, certamente, que este Silva opinou e fez constar que, em sua opinião, a saída da Troika deveria ser acompanhada de um programa cautelar. Esta opinião, à partida tão respeitável como qualquer outra, foi divulgada e comentada em todos os órgão de comunicação social. O Silva de que falamos, acoitado lá por Belém, tomou depois conhecimento que o actual governo se decidira por uma saída "limpa". Esperava-se que o Silva, fiel às suas opiniões e convicções, ao menos se calasse. Pois se, tão recentemente, acabara por pronunciar-se por um programa cautelar !!! Mas não ! Este Silva, putativo Presidente da República Portuguesa, entendeu que, contra as suas próprias palavras, era necessário "apresentar serviço". E vai daí, faz uma postagem miserável, em contradita com as suas opiniões anteriores, onde blasonava esta roncadeira : "Que têm agora a dizer os que sempre duvidaram de uma saída "limpa" ?" (não sei se as palavras foram exectamente estas, mas o sentido foi-o, seguramente). Mas não fora ele próprio a ponderar que era melhor, para Portugal - a República de que é infeliz e nulo Presidente ... - que a saída fosse precavida com um porograma cautelar ?
O Silva quis ficar bem na fotografia de "ministro sem pasta" deste governo. O Silva é apenas um saco de inépcias, que nem sequer tem o pundonor de se bater pelas convicções pessoais. Se amanhã, este governo lhe atirar um osso, este Silva "põe-se a quatro" e vai a correr colher a benesse, de rabo a abanar muito. Para agradar. Para que lhe atirem, seguidamente, outro osso.
O Silva não é uma figura política. É um cromo. Sujo. Muito, muito sujo !
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