Dizia eu para os meus botões.
Oh botões!
A ideia que eu sempre tive do Sócrates, era de que ele é um indivíduo muito inteligente..
E ainda penso da mesma maneira.
O PS perdeu o quê?
Cinco deputados no parlamento europeu?
E eu pergunto:
O que é que eles estão lá a fazer?
O parlamento europeu é ume chachada das mais absurdas a que eu tenho assistido.
E olhem que eu já sou entradote. Vivi intensamente o 25 de Abril há 35 anos, já tinha 27 anos. Não parece, mas é obra.
Aos leigos deste país, dá a impressão de que o PS está sempre a apostar no cavalo errado.
Mas já pensaram que isto é uma jogada estratégica para afastar os indesejáveis?
Foi assim com os soaristas, quando eles faziam oposição interna a Sócrates.
O que é os Socráticos fizeram?
Empurraram o Marocas para uma derrota fenomenal e o soarismo morreu ali e nem estrabuchou.
Agora com o Vital Moreira foi identico.
O Pateta Alegre e os seu dilectos seguidores levaram uma cabazada que nem sabem o que lhes caíu em cima.
Resultado:
Vão ficar em vinha de alhos até à reforma e mais ninguém vai ouvir falar deles.
O PSD, também deu uma ajuda das grandes.
Levou a merda toda para bruxelas e os papagaios vão ficar por lá entretidos a ganhar o bem bom e quedos e ledos como convém.
A velhota vai voltar ao principio e andar aí a bater com a cabeça nas paredes.
Eu tenho quase a certeza de que não estou enganado.
Mas o Sócrates vai apostar forte e feio nas legislativas, e não tenho receio nenhum de dizer que vai ser a maneira de saírmos do buraco.
Ou vocês também pensam que as grandes obras não são necessárias para que o país saia da merda em que o meteram?
Venha o TGV, venha o Aeroporto, venham os grandes projectos, as refinarias, mas venham,
o dinheiro, esse há-de aparecer.
Agora que o PSD tem a maioria no parlamento europeu é altura de lutar pelo desenvolvimento da economia, ou não?
Comentem; digam mal, ou digam bem, mas comentem, porra!
Os dados aqui trazidos pelo Nuno Serra referem-se apenas à actividade de construção de edificios para venda.
Essa é, como mostram os dados do INE, influenciada sobretudo pela procura.
Basicamente sem compradores pelo menos potenciais não há construção.
Os elevados spreads, a perda de poder de compra das famílias, a incerteza perante a evolução do país, o espectro do desemprego, a fiscalidade sobre o imobiliário/IMI,IMT) a consciência de que a eterna valorização dos produtos imobiliários era uma fraude, tornam a procura uma miragem.
Mesmo com sol, com muito sol.
Mas há uma outra componente importante que é o sector da construção que está envolvido nas obras públicas.
Esse sector foi desmantelado já que este Governo parou completamente o investimento em obras públicas.
Há investimento público neste sector que é importante do ponto de vista da resposta a necessidades sociais várias e é virtuoso do ponto de vista económico, por gerar novos investimentos, criar empregos e aumentar a competitividade das empresas.
Outro investimento como o feito nas PP´s é inútil, é gravoso para a economia já que gera rendas especulativas que sugam recursos necessários para a actividade económica.
Como se sabe o Governo limita-se a fazer de conta que está a reduzir estas rendas.
Não está porque não quer nem pode.
O Governo representa os detentores das rendas e não tem mandato para os prejudicar em benefício do pais.
O investimento que está agora a realizar-se tem mais a ver com o ciclo eleitoral autárquico e aí infelizmente a corrupção, a começar logo no tipo de concurso e nas adjudicações, não augura nada de bom.
Por mais que chova Gaspar e os seus acólitos não encontram em S.Pedro o aliado de que tanto necessitam para esconder a sua colossal incompetência e o carácter errado das suas opções políticas.
Na sequência da exposição de V. Exca., cumpre-nos informar que, após deslocação de um técnico da Direção Regional de Cultura do Centro, se verificou que a situação do imóvel em referência se encontra estabilizada há já vários anos.
“Efetivamente, constata-se que a situação relatada na relocalização, não terá sofrido alteração, o que se poderia confirmar categoricamente, caso se dispusesse de fotografias dessa acção, o que não acontece. Mas pode usar-se a observação dos fito-organismos (foto 1) presentes nos ortóstatos, para afirmar que, tanto pela quantidade de espécies, como pela expressão das colonizações, e ainda pela disposição que têm nas diferentes faces observáveis, se pode deduzir que há vários anos que as posições que apresentam são estáveis. Os fungos liquenizados podem dar informações importantes e relativamente precisas sobre a cronologia da exposição à luz, para quem tem conhecimentos específicos, mas são geralmente de crescimento lento e desde já, no caso presente, parecem confirmar que esta disposição dos elementos pétreos que constituíram o dólmen se mantém desde há alguns anos, e que terá sido já constatada em 2000. Dispomos de informações mais antigas, que parecem corroborar esta apreciação: as fotografias n.º 3 e n.º 10 por A. Augusto Tavares (anexo 3) parecem corresponder às que agora se fizeram, respetivamente n.º 2 e n.º 3. O texto de que apresentamos excertos, é afirmativo e inequívoco. Afirma-se (pp. 40 e 41, sublinhadas no anexo 3) que toda a câmara do sepulcro foi destruída, as pedras amontoadas, quebradas ou inteiras, com possível exceção para o esteio de cabeceira, que poderá estar in situ, embora mutilado. A perspetiva da foto 10 da publicação em apreço, não difere muito da da fotografia n.º 3, hodierna, mas no caso da fotografia n.º 3 do mesmo artigo poder corresponder à n.º 2 do trabalho de campo atual, temos de admitir que as imagens foram tomadas em perspetivas diferentes.
O crescimento das espécies vegetais que cobrem quase todas as superfícies tendencialmente horizontais (observação que se poderá fazer em diversas fotos tiradas dia 4 de abril) também indica que não houve, recentemente, alteração na posição dos elementos que restam e não há indícios de terras remexidas de fresco. As superfícies verticais observáveis, apresentam-se desprovidas de revestimentos vegetais, o que resultará da pluviosidade intensa dos últimos meses. A mamoa (fotografias n.º 4, n.º 5, n.º 6 e n.º 7) tem um estado de conservação também compatível com a observação constante da relocalização de 2000, não se identificam artefactos ou restos osteológicos expostos.
A leitura atenta da bibliografia e dos dados constantes do processo levam a admitir que, aquando da classificação do monumento, os esteios definidores da câmara sepulcral e do corredor estavam já deslocados e nas posições em que foram descritos em 2000, que será a mesma em que os encontrámos agora. A denúncia em apreço, poderia ter tido lugar há diversos anos atrás, de acordo com a informação do Exmo. Sr. Presidente da Junta de Freguesia (cf. Infra), já que tem conhecimento de uma outra, que relata situação idêntica, de antiguidade incerta.”
Assim, face ao exposto encontra-se a Direção Regional de Cultura do Centro em parceria com a Junta de Freguesia de Lavegadas e com a Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares a desenvolver um programa de acção visando a salvaguarda do Dólmen de S. Pedro Dias.
Com os melhores cumprimentos,
A Assistente Técnica
Fernanda Craveiro
Departamento dos Bens Culturais
Direção-Geral do Património Cultural
2.º O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
Neste blogue recorremos à sátira, ao humor, a opiniões, informação, etc. Temos como objectivo a criação e manutenção de um espaço lúdico e bem disposto onde se aborde temas reais e preocupantes do seio dos bombeiros Portugueses.
Leia Mais em: http://bombeirosparasempre.blogspot.com/2013/08/morreu-bombeiro-que-salvou-menina-que.html#ixzz2ckYYQtA8
Actualmente existem em Portugal uma quantidade de fazedores de opinião que é de bradar aos céus e aos infernos, de tantos e tão dessiminados se encontram. Eles são jornalistas, eles são médicos, eles são advogados, eles são treinadores de futebol, eles são comentadores políticos, há de tudo para todos os gostos.
Na televisão e nos jornais são mais do que as mães os botadores de opinião.
Não posso no entanto, como simples cidadão, deixar passar sem deixar uma vénia muito especial a alguns comentadores entre os quais saliento os Dr. Emídio Rangel, o Dr. Moita Flores, Nuno Rogeiro e mais alguns poucos que sabem o que dizem e não precisam de dizer muito para dizerem muitas coisas.
Estes são os poucos cronistas de quem leio as crónicas com o maior dos interesses.
Posso no entanto dizer com à vontade que a maioria dos outros escrevinhos e comentadeiros só o são com o único fim de denegrir o país e o governo que o representa e ganhar dinheiro nas suas crónicas semanais com a seu arrazoado de ideias pré-concebidas.
Também é verdade que alguns jornais e televisões dão uma grande ajuda.
Uns porque tem que fabricar noticias e os meios são caros para ir procurá-las.
Outros preferem passar grande parte do tempo de programação a encher chouriços e a dar telenovelas de fraca e muito fraca qualidade.
Sigo sempre com muita atenção e sempre que tenho disponibilidade os debates do Prós e Contras.
E nestes últimos dias tenho apreciado sobremaneira os tais fazedores de opinião a criticar a localização do aeroporto na Ota.
Desde pilotos, passando por advogados, políticos de meia tigela, e treinadores de futebol como o Sr. José Mourinho, toda a gente largou uma ou outra asneira.
Eu gostava de saber se quem faz a selecção dos convidados para o debate tem algum critério de isenção ou se a selecção é feita entre amigos e amigos dos amigos.
É que isenção não vejo nenhuma.
Creio que o normal, penso eu, num debate desta natureza seria convidar pessoas com capacidade técnica para discutir o assunto com isenção e conhecimento de causa.
Ah! é verdade, o Sr. José Mourinho afinal foi nas cerimónias do dez de Junho que lançou a atoarda.
Tenham juízo e cuidado, porque um dia o Zé Povinho pode muito bem chegar à conclusão de que está farto de palhaços e palhaçadas. Com o muito respeito que me merecem os palhaços.
E por aqui me fico, senão daqui a pouco já estou como eles.
A partir de 1985 foi o início de um processo complicado, porque a construção civil e as instalações industriais estavam praticamente paradas e não havia empregos disponíveis para ninguém.
Então tentei trabalhar durante algum tempo por conta própria, mas não foi a melhor aposta.
Entrei então no esquema dos pequenos contratos temporários e dos trabalhos à hora e assim andei até 1992.
Em 1992 após uma temporada a trabalhar em refinarias na Bélgica, Alemanha, França e Holanda resolvi criar a minha própria empresa, em sociedade com outro companheiro que andava mais ou menos na mesma situação. A verdade é que mesmo tendo nós bastante trabalho sempre tivemos imensos problemas de dinheiro.
Ou porque os preços eram mal calculados, ou porque os clientes para quem trabalhávamos não eram correctos nos pagamentos, a verdade é que sempre tivemos problemas e resolvemos cessar a actividade da empresa no ano 2000 e regressarmos ao mercado de trabalho que entretanto tinha melhorado relativamente.
Informaram-me na altura que tinha entrado em vigor um decreto-lei que obrigava à inspecção e certificação todas as instalações eléctricas que fossem novas e precisassem de licença de habitação, ou as já existentes que precisassem de um aumento de potência e que as equipes de inspectores estavam a ser formadas.
Informei-me no Ministério da Economia, Direcção Geral de Energia que as empresas encarregadas de formar essas equipes eram o ISQ (Instituto de Soldadura e Qualidade) de Oeiras, o LIQ (Laboratório Industrial de Qualidade) de Águeda e o IEP (Instituto Electrotécnico Português) da Srª da Hora.
Enviei a minha candidatura acompanhada de Curriculum Vitae para o ISQ e após uma selecção rigorosa e várias entrevistas fui admitido para o cargo de Inspector de Instalações Eléctricas de 5ª Categoria e no qual só não me encontro neste momento por motivos de saúde
Acerca da minha vida familiar pouco há a dizer.
Sou casado há cerca de trinta e dois anos, tenho uma filha de trinta e um anos com uma licenciatura em Psicologia, e um filho de vinte e sete anos Técnico de Hotelaria.
A minha mulher é técnica de restauro de arte antiga, tem cinquenta e quatro anos e encontra-se desempregada há mais de dois anos por a empresa onde trabalhava ter encerrado as portas devido a uma falência fraudulenta.
Neste momento estou de baixa prolongada por motivo de uma falência renal controlada. tendo sido submetido a um transplante renal no principio do ano de 2007, do qual me encontro em recuperação, podendo voltar ao trabalho dentro de muito pouco tempo.
Pensei seriamente em tratar de meter o pedido de reforma, quando comecei a fazer Hemodiálise, mas como entretanto surgiu a possibilidade de um transplante, e neste momento, depois de ter passado um mau bocado, encontro-me em boa forma física e psicológica, resolvi adiar o pedido da reforma por mais algum tempo.
Da minha actividade social, também não tenho um grande historial, a não ser que possamos considerar histórico o facto de na fase que se seguiu ao Vinte e Cinco de Abril ter participado activamente na formação de um partido político, fui delegado sindical durante cerca de dez anos e membro activo das comissões de trabalhadores da empresa onde trabalhava.
Fui organizador durante vários anos das festas da minha aldeia e agora só não sou porque estas acabaram, organizei e ainda organizo quando calha almoços de convívio entre antigos amigos e colegas.
Os meus passatempos quando estava em boa forma física eram e de certo modo ainda são, dar grandes caminhadas, ler muito, ouvir música e ver televisão.
As leituras do meu agrado são no essencial, romances e ficção.
Li nos últimos tempos: “Paula”, “A Filha da Fortuna” e “A Cidade dos Deuses Selvagens” de Isabel Allende; “A Filha do Capitão” e “O Codex 632” de José Rodrigues dos Santos; “O Memorial do Convento”, “Todos os Nomes” e “As Intermitências da Morte” de José Saramago; li ainda “Vale Abraão” de
Agostina Bessa Luís e outras obras de autores nacionais e estrangeiros.
Agora ando mais entretido a tentar fixar o novo regulamento de Instalações Eléctricas que foi publicado em Setembro de 2006 e a tentar aprender a trabalhar com o computador.
Em televisão gosto de ver alguns concursos que tenham como tema cultura geral, tendo participado recentemente no concurso “Um Contra Todos” e gosto de alguns programas dos canais de cabo, nomeadamente “Odisseia”, “Discovery”, “People & Arts”, “History”, “National Geografic” e mais alguns programas que por aí andam.
Gosto de alguns debates e dos noticiários
Detesto “Talk Shows”, “Reality Shows”, e programas de ”encher chouriços” onde verdade se diga gastam-se milhões de euros dos contribuintes, com equipas formadas por dezenas de pessoas com orquestras e apresentadores de cacaracá à mistura e muitas vezes nos locais onde, inclusivamente no estrangeiro, vão também encher chouriços tem cem ou cento e cinquenta pessoas a verem o espectáculo.
Uma coisa de que eu também gosto muito, é viajar, e quer em trabalho, ou em lazer, já viajei alguma coisa pelo mundo.
Posso dizer que já fiz escala ou que já permaneci em cidades como; Funchal, São Tomé, Luanda, Moçâmedes, Lobito, Maputo, Cape Town, Port Elisabeth, Burgos, Vitória, Pontevedra, Vigo, Santiago de Compostela, Cáceres, Bordéus, Paris, Lion, Bruxelas, Antuérpia, Roma, Damasco, Beirute, Colónia, Bona, Amesterdão e Ponta Delgada.
Em Portugal Continental, conheço o país quase de uma ponta à outra e sobretudo a zona sul que conheço, aldeia por aldeia, vila por vila e cidade por cidade tanto no Alentejo, como no Algarve, ou Estremadura.
O futuro? Pois se nós tivéssemos alguma vez a hipótese de imaginar o que nos reserva o futuro penso que a maior parte das vezes seria o caos e uma quantidade tão grande de coisas a passar tão rapidamente diante de nós, que certamente ninguém iria ter capacidade para saber como enfrentar a situação.
Como eu gostaria que ele fosse, também só é possível sonhar, porque sou um pouco lírico mas não sou utópico.
FIM
O meu nome é Adelino José Ferreira de Carvalho. Tenho 62 anos, sou casado, e sou natural de Vale de Vaz, concelho de Vila Nova de Poiares, Distrito de Coimbra.
Tendo nascido, segundo se consta, no dia 22 de Julho de 1947, ajudado pela Sra. Maria do Loureiro, a verdade é que no meu B.I. consta que fui posto neste mundo no dia 13 de Setembro do mesmo ano, e isto tudo porque os meus pais eram pessoas de muito parcos recursos e como era preciso pagar o registo, não havendo dinheiro, fiquei à espera até melhores dias para ser registado.
Vivi a minha infância numa casa de quinta onde os meus pais eram caseiros até ter cerca de cinco anos, onde tive as primeiras aventuras que me proporcionaram o facto de com cerca de três anos, nas suas brincadeiras, os meus irmãos mais velhos terem-me enviado por um talude abaixo em cima de um carro de mão e da qual resultou uma fractura grave do braço esquerdo e que me deixou marcas para o resto da vida, além de ainda ter uma vez caído do varandim da ponte para a ribeira de Vale de Vaz quando s mulheres da aldeia lavavam a roupa e outra vez ter entalado a cabeça nas grades da varanda da casa, e que provocou alguma inquietação quanto a minha segurança no futuro.
Aos cinco anos, ou por aí perto, os meus pais resolveram deixar de ser caseiros de outros e em conjunto com a minha avó e bisavó maternas compraram umas casas de habitação e uns terrenos onde passamos a viver.
Embora a casa fosse de muito má qualidade, pelo menos era nossa e com o tempo fomos
lentamente melhorando a habitabilidade e o conforto.
Fiz a escolaridade até à quarta classe sem percalços dignos de nota, já que era um aluno médio mas aplicado e assim abandonei a escola com a quarta classe antes dos onze anos concluídos.
Mais ou menos entre os oito e os nove anos ao ir com uma das minhas irmãs mais velhas a uns terrenos agrícolas para trazer comida para as ovelhas, e ao ajudar a minha irmã a carregar uma cesta de ramada, resolvemos cair os dois para dentro de um regato do qual resultou mais uma vez ser eu a vítima, ou seja, lá me partiram o braço direito.
Pelo menos desta vez a situação não foi tão grave, tanto assim que com algum sacrifício consegui fazer a prova de passagem da segunda para a terceira classe.
Mantive-me por ali na aldeia a ajudar na pequena agricultura de subsistência que se praticava entre os pobres, e antes dos treze anos fui mandado à procura de sustento.
Como o rendimento familiar era reduzido, e no meu tempo eram já normalmente cinco ou seis à mesa, o meu pai entendeu por bem que eu fosse para empregado de comércio ambulante para a zona do grande Porto por onde andei até aos dezoito anos. Matosinhos, Gaia, Vila da Feira e uma descida de seis meses até à Lourinhã logo seguida de uma subida até Viana do Castelo foram os locais por onde ganhei a vida. Seria talvez de interesse, o porquê destes saltos, mas é complicado escrever sobre a questão.
Aos dezoito anos, já cansado de andar a vender mercearia de porta em porta, com as dificuldades próprias da época, a trabalhar à chuva e ao frio sem sequer ter por cobertura um simples fato de oleado, a levantar às cinco ou seis da manhã e deitar às onze horas ou meia-noite, resolvi emigrar para Lisboa.
Não poderá dizer-se que a emenda tenha sido melhor do que o soneto, mas pelo menos havia mais oportunidade de escolher o trabalho que fosse mais interessante.
Quando cheguei a Lisboa, empreguei-me numa empresa de camionagem de serviços combinados com a CP, onde desempenhei as funções de ajudante de camionista e mais tarde despachante, e como me sentia razoavelmente bem, aí me mantive até ser chamado a cumprir o Serviço Militar aos vinte e um anos.
Assentei praça, que é o mesmo que dizer apresentei-me ao serviço e fui incorporado no dia 22 de Outubro de 1968 no Regimento de Infantaria de Aveiro, onde fiz a recruta de cerca de dois meses, após o que fui transferido para a Escola Prática da Administração Militar em Lisboa para frequentar a formação da especialidade e frequentar a escola de cabos de onde acabei, não sei porquê, com a especialidade de 1º Cabo Caixeiro.
Normalmente nessa época, no início de 1969, quando finalizávamos a formação militar éramos de imediato mobilizados para a guerra nas Colónias, e como eu não era nem sou diferente dos outros fui mobilizado para Moçambique.
Não fiquei muito preocupado, porque além de fazer já parte das nossas consciências de que teria de acontecer mais tarde ou mais cedo, e a minha especialidade era de alguma maneira mais para o serviço de abastecimentos, foi na realidade o que me aconteceu, já que fui para a Manutenção Militar de Lourenço Marques, actualmente Maputo onde permaneci entre 3 de Agosto de 1969 até 03 de Outubro de 1971, tendo chegado a Portugal e passado à disponibilidade em 21 de Outubro de 1971.
Após passar à disponibilidade, empreguei-me na empresa onde trabalhava antes de cumprir o Serviço Militar mas também aí senti que estava na altura de dar um salto em frente.
Como tinha aproveitado o tempo disponível que tinha na Manutenção Militar, para tirar o ciclo preparatório, decidi que era capaz de procurar outra actividade que exigisse mais esforço intelectual e menos físico.
Então candidatei-me ao lugar de factor/condutor no Metropolitano de Lisboa.
Após uma rigorosa selecção e uma formação intensa, à qual se apresentaram cerca de quatrocentos candidatos, chegamos ao fim da formação apenas quatro, que fomos admitidos de imediato.
De referir que entre a chegada de Moçambique e a entrada para o Metropolitano de Lisboa continuei a trabalhar na empresa de camionagem mas já como controlador de mercadorias e despachante.
Estamos nesta altura em finais de 1972 e a emigração para França está já na sua fase descendente, mas como já haviam alguns irmãos e amigos meus em França, eu deixei-me iludir pelo dinheiro, não mais fácil, mas pelo menos mais abundante e fui à aventura tentar a sorte, abandonando um emprego estável e que me tinha custado bastante a conseguir.
Mas como disse alguém, e se ninguém o disse digo-o eu, só nos devemos arrepender das asneiras que não fizemos, porque assim se dá mais valor à vida que se viveu.
Terminada de forma menos feliz a aventura em França, porque nessa altura já era muito complicado encontrar alguém que desse emprego a ilegais e era quase impossível encontrar quem nos legalizasse, ao fim de seis meses fui obrigado a regressar a Portugal e a voltar ao principio.
Ainda tentei a sorte no Metropolitano de Lisboa, porque tinha sido um dos melhores classificados no curso, e porque fui um bom funcionário enquanto lá permaneci, mas como era feio chamarem-me maluco, mandaram-me fazer exames psicológicos e electroencefalográficos e deram-me como desculpa que os médicos tinham encontrado um ligeiro desequilíbrio que poderia pôr em risco a segurança nos comboios.
Resolvi então bater à porta do Instituto de Emprego e Formação Profissional, e depois de alguma persistência e da boa vontade de uma funcionária bastante simpática, fui colocado no único lugar vago que havia para um curso de Técnico Instalador de Equipamentos Eléctricos ou somente Electricista.
Após uma formação intensiva de seis meses, nos quais passei grandes dificuldades de subsistência já que era obrigado a viver num quarto particular alugado em Alverca e a alimentar-me com o subsídio que o instituto me dava, arranjei emprego numa das maiores e mais conceituadas empresas de montagens industriais na área das instalações eléctricas, onde me mantive de 1974 até 1985.
Da qual só me afastei porque a empresa iniciou um processo de falência que veio a terminar passado pouco tempo.
Nesta empresa passei alguns dos meus melhores tempos de aprendizagem, não só porque era uma empresa grande, como os funcionários eram postos à prova em todas as matérias e éramos obrigados a aprender a trabalhar.
Posso mesmo dizer que subi todos os degraus que era possível subir na escala profissional, desde ajudante, oficial de segunda, oficial de primeira, chefe de equipa e encarregado.
Participei em obras de grande envergadura, tais como, Secil e Portucel em Setúbal, Refinaria e Terminal de Petroleiros em Sines, Soporcel na Figueira da Foz, Central Térmica em Ponta Delgada, Finicisa em Portalegre, ou uma importante Fábrica de Produtos Químicos na Síria.
A OUTRA FACE DA GUERRA
Com esta minha carta, não quero, não posso e não devo, escamotear a verdade daquilo que se passou nas três frentes de guerra durante os treze anos que ela durou.
Gostava no entanto de deixar registada a minha passagem pelo serviço militar e pela minha participação neste episódio dramático que tão barbaramente marcou a maior parte da população portuguesa da época.
Assentei praça no «RIA», Regimento de Infantaria de Aveiro no dia 22 Outubro de 1968 onde fiz a recruta, tendo desde a primeira hora sido preparado física e psicologicamente, para mais dia menos dia ter de enfrentar o desafio de ir para uma das três frentes de guerra que se desenrolavam no antigo ultramar português, Angola, Guiné e Moçambique.
Quis o destino que no fim da recruta fosse enviado para a «EPAM», Escola Prática da Administração Militar, em Lisboa para frequentar o curso de caixeiro, fosse lá o que isso fosse, e consequentemente o curso de cabos, que durou cerca de oito semanas.
Depois de «pronto» fui informado de que o meu número mecanográfico já tinha sido marcado para ir bater com os costados em Moçambique, mas que iria permanecer em S.ta Margarida, a fazer serviço «à linha» aguardando embarque e onde permaneci até Junho de 69.
Nessa data mandaram-me gozar os dez dias de licença a que tinha direito e apresentar-me a embarque no Infante D. Henrique a 18 de Julho passando pelo Quartel Geral de Adidos para levantar o equipamento camuflado.
Não tinha a mínima ideia do local onde iria ser colocado, e nem mesmo quando desembarquei em Maputo «Lourenço Marques», onde passei quatro dias no Quartel Geral de Adidos local, eu sabia qual seria o meu destino.
Ao fim de quatro dias apareceu uma carrinha de transporte de tropas para me levar junto com alguns camaradas com destino ao centro de logística da Manutenção Militar que se encontrava na estrada da Beira, um pouco afastado da cidade.
Permaneci aí destacado durante os vinte e seis meses que durou a minha participação no conflito e onde tinha como missão a segurança das instalações em conjunto com alguns camaradas que já se encontravam no local eassim como outros que foram chegando ou que chegaram comigo.
Não posso deixar de realçar o facto de que a sul do rio Zambeze não se passava nada que desse a impressão de que nos encontrava-mos em guerra.
Lourenço Marques (Maputo) era na altura uma cidade bastante cosmopolita e com um forte sentido europeu, onde se vivia calmamente numa enorme actividade diária tanto diurna como nocturna.
Não se via nas ruas um único militar armado a não ser os militares da PM, PN, PA e da PSP e que mal davam nas vistas a não ser à noite na zona dos cabarés e «boites».
Foram assim passados vinte e seis meses de doce remanso, onde abundava a boa vida, a boa mesa, boas cervejas bebidas nas esplanadas e nos bares de Lourenço Marques, algumas miúdas e o divertimento que permitiam os 900 escudos mensais do salário de 1º Cabo.
Não fui eu que escolhi, não tinha padrinhos nem conhecia militares de alta patente, simplesmente tive sorte.
No entanto, apercebi-me bastante bem da realidade daquilo que se passava no norte de Moçambique e vou explicar porquê:
Por questões que não interessam, mas que explicarei à frente, permaneci destacado no Quartel General durante vários meses onde desempenhei funções administrativas e onde tinha como missão receber o correio que não encontrava destinatário e reencaminhá-lo, assim como também fazia de escrivão na elaboração de processos e lia em primeira mão o correio militar proveniente das outras unidades, inclusivamente das zonas de combate.
Como o comandante da unidade tinha um filho que se encontrava em fim de comissão, sendo amigo e camarada do comandante do Quartel General, estes entenderam entre sí que o filho do comandante da MM poderia dar por finda a comissão se este encontrasse quem pedesse substituí-lo, senão teria de esperar pela rendição individual que poderia demorar dois ou três meses
Como tal, estando eu ali à mão de semear não era dificil fazer o favor ao amigo e ser eu a substituir o outro.
Também era na minha secção que se apresentavam familiares de militares que se encontravam noutras unidades e dos quais não recebiam noticias há muito tempo e que normalmente se encontravam preocupados.
Então a minha missão era descobrir através dos ficheiros onde estes se encontravam destacados , avisar as respectivas famílias e avisá-los de que as famílias se encontravam preocupadas.
Além disso, na Manutenção Militar, assistia de perto ao envio de milhares de toneladas de rações de combate para os destacamentos que operavam no norte do país e para aquela que foi designada como Operação Nó Górdio.
Também tive sempre o cuidado de andar mais ou menos bem informado, não pela imprensa local, como é de calcular, mas sim por relatos de outros camaradas conhecidos que vinham das zonas de combate para passar uns dias de descanso na cidade, e por outros que eu ía visitar ao Hospital Militar, também conhecidos ou que alguém da minha terra me pedia para o fazer e a quem normalmente levava umas latas de fruta de conserva e uma palavra amiga.
Isto é Vila Nova de Poiares no seu melhor.
Uma Câmara endividada até, ou para cima do limite.
Dezenas de obras públicas por concluir.
Infraestruturas antigas, podres e degradadas.
Licenças para espaços comerciais que não são atribuídas ou que demoram anos porque os pretendentes não são da cor política.
Lixeiras a céu aberto, nos cruzamentos de estradas e onde se depositam os lixos urbanos, como baterias de automóveis e outros detritos.
Onde os as águas residuais, domésticas e industriais são transportadas em valas e caneiros a céu aberto até desaguarem no rio Mondego sem qualquer tipo de tratamento.
Onde não há uma única casa de turismo rural porque ninguém tem coragem de se balançar porque o concelho não tem nem cria condições.
Onde o mesmo presidente autarca se encontra no poder há 39 anos e se prepara para que seja o seu vice, porta voz e pau mandado a ser o seu herdeiro à autarquia.
Este é o concelho que temos, mas se calhar também é o concelho que merecemos.
"Exmo Senhor Presidente da República,
Prof. Doutor Aníbal António Cavaco Silva
Vou usar um meio hoje praticamente em desuso mas que, quanto a mim, é a... forma mais correcta de o questionar, porque a avaliar pelas conversas que vou ouvindo por aqui e por ali, muitos portugueses gostariam de ver esclarecidas as dúvidas que vou colocar a V/Exa e é por tal razão que uso a forma "carta aberta", carta que espero algum dos jornais a que a vou enviar com pedido de publicação dê à estampa, desejando que a resposta de V/Exa fosse também pública.
Tenho 74 nos, sou reformado, daqueles que descontou durante 41 anos, embora tenha trabalhado durante 48, para poder ter uma reforma e que, porque as pernas já me não permitem longas caminhadas e o dinheiro para os transportes e os espectáculos a que gostaria de assistir não abunda, passo uma parte do meu dia a ler, sei quantos cantos há nos Lusíadas, conheço Camilo, Eça, Ferreira de Castro, Aquilino, Florbela, Natália, Sofia e mais uns quantos de que penso V/Exa já terá ouvido falar, ou visto ao "navegar na net".
São precisamente as "modernices" com que tenho bastante dificuldade em lidar que motivam esta minha tomada de posição porquanto é aí que circulam a respeito de V/Exa afirmações que desprestigiam a figura máxima do País Portugal, que, em minha opinião, não pode estar sujeita a tais insinuações que espero V/Exa desminta categoricamente.
Passemos à frente das insinuações de que V/Exa foi 1º Ministro de Portugal durante mais de dez anos, época em que V/Exa vendeu as nossa pescas, a nossa agricultura, a nossa indústria a troco dos milhões da CEE, milhões que, ao contrário do que seria desejável, não serviram para qualquer modernização ou reforma do nosso País mas sim para encher os bolsos de alguns, curiosamente seus correligionários, senão mesmo, seus amigos. Acredito que esse tempo que vivemos sob o comando de V/Exa e que tanto mal nos fez foi apenas fruto de incompetência o que, sendo lamentável, não é crime, os crimes foram praticados por aqueles que se encheram à custa do regabofe, perdoe-me o popularismo, que se viveu nessa época e que, curiosamente, ou talvez não, continuam sem prestar contas à justiça.
Entremos então no que mais me choca, porque nesses outros comentários, a maioria dos quais anónimos mas alguns assinados, é a honestidade de V/Exa que é posta em causa e eu não quero que o Presidente da República do meu país seja o indivíduo que alguns propalam pois que entendo que o cargo só pode ser ocupado por alguém em quem os portugueses se revejam como símbolo de coerência e honestidade, é assim que penso que nesta carta presto um favor a V/Exa, pois que respondendo às 4 questões que vou colocar, findarão de vez as maledicências que, quero acreditar, são os escritos que por aí circulam.
1ª Questão:
Circula por aí um "escrito" que afirma que V/Exa, professor da Universidade Nova de Lisboa, após ser ministro das finanças, foi convidado para professor da Universidade Católica, cargo que aceitou sem se ter desvinculado da Nova o que motivou que lhe fosse movido um processo disciplinar por faltar injustificadamente às aulas da Nova, processo esse conducente ao despedimento com justa causa, que se teria perdido no gabinete do então ministro da educação, a quem competiria o despacho final, João de Deus Pinheiro, seu amigo e beneficiado depois de V/Exa ascender a 1º Ministro com o lugar de comissário europeu, lugar que desempenhou tão eficazmente que o levou a ficar conhecido como "comissário do golfe".
Pergunta directa:
Foi ou não movido a V/Exa um processo disciplinar enquanto professor da Universidade Nova de Lisboa?
Se a resposta for afirmativa, qual o resultado desse processo?
Se a resposta for negativa é evidente que todas as informações que andam por aí a circular carecem de fundamento.
2ª Questão:
Circulam por aí vários escritos sobre a regularidade da transacção de acções do BPN que V/Exa adquiriu. Sendo certo que as referidas acções não estavam cotadas em bolsa e portanto só poderiam ser transaccionadas por contactos directos, vulgo boca a boca, faço sobre a matéria várias perguntas:
1ª - Quem aconselhou a V/Exa tal investimento?
2ª- A quem adquiriu V/Exa as referidas acções?
3ª- Em que data, de que forma e a quem vendeu V/Exa as acções?
4ª- Sendo V/Exa um renomado economista, não estranhou um lucro de 140% numa aplicação de tão curto prazo?
3ª Questão
Tendo em atenção o que por aí circula sobre a Casa da Coelha, limito-me a fazer perguntas:
1ª- É ou não, verdade, que o negócio entre a casa de Albufeira e a casa a Coelha foi feito como permuta de imóveis do mesmo valor para evitar pagamento de impostos?
2ª- Se já foi saldada ao estado a diferença de impostos com que atraso em relação à escritura se processou a referida regularização?
3ª- É ou não verdade que as alterações nas obras feitas na casa da Coelha, nomeadamente a alteração das áreas de construção foram feitas sem conhecimento da autarquia?
4ª- A ser positiva a resposta à pergunta anterior, se já foi sanado o problema resultante de obras feitas à revelia da autarquia, em que data foi feita tal regularização e se foi feita antes ou depois das obras estarem concluídas?
5ª- Última pergunta, esta de mera curiosidade, será que V/Exa já se lembra do cartório em que foi feita a escritura?
4ª- Questão
Ouvi V/Exa na TV dizer que tinha uma reforma de 1300 €, que quase lhe não chegava para as despesas, passando fugazmente pela reforma do Banco de Portugal. Assim, pergunto:
1ª- Quantas reformas tem V/Exa?
2ª- De que entidades e a que anos de serviços são devidas essas reformas?
3ª- Em quantas não recebe 13º e 14º mês?
4ª- Abdicou V/Exa do ordenado de PR por iniciativa própria ou por imposição legal?
5ª Recebe ou não V/Exa alguns milhares de euros como "despesas de representação"?
Fico a aguardar a resposta de V/Exa com o desejo de que a mesma seja de tal forma conclusiva e que, se V/Exa o achar conveniente, venha acompanhada de cópias de documentos, que provem a todos os portugueses que o que por aí circula na Net, não passam de calúnias e intrigas movidas contra a impoluta figura de Sua Exa o Senhor Presidente da República de Portugal.
A terminar e depois de recordar mais uma das suas afirmações na TV, lembro uma frase do meu avô, há muito falecido, alentejano, analfabeto e vertical:
" NÃO HÁ HOMENS MUITO, OU POUCO SÉRIOS, HÁ HOMENS SÉRIOS E OUTRAS COISAS QUE PARECEM HOMENS".
Por mim, com a idade que tenho, já não preciso nem quero nascer outra vez, basta-me morrer como tenho vivido.
Sério.
Com os meus melhores cumprimentos.
José Nogueira Pardal"
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