"Primeiro pensei que eram TONTOS.
Não votei neles mas fiquei a ver.
Depois achei que eram inexperientes e ingénuos.
E esperei que aprendessem.
Rapidamente percebi que eram arrogantes.
E manifestei-me contra.
Tornaram-se teimosos e incoerentes.
E achei que os meteríamos na ordem.
De seguida, reparei que eram incompetentes.
E comecei a inquietar-me.
Depois, constatei que eram manipuladores e mentirosos compulsivos.
Já não me surpreendi.
Acrescentei incoerência e irracionalidade aos seus predicados.
E a minha revolta aumentou.
Logo, compreendi que eram crápulas desapiedados e gananciosos.
E preocupei-me.
Depois, constatei que são loucos varridos.
E tremi.
Logo de seguida, apercebi-me de que são fanáticos.
E assustei-me.
Finalmente percebi que são tudo isto e muito mais – terroristas com uma missão: a de destruir um País."
Portugal tem duas classes sociais: o povo, que serve de carne para canhão para cobrir o défice – através de aumentos de impostos, cortes salariais e redução de prestações sociais –, e a nobreza, cujos benefícios serão protegidos ad aeternum.
República há mais de um século, 40 anos depois de uma revolução que prometia “igualdade entre os cidadãos”, Portugal continua a funcionar como uma monarquia tradicional, em que, por lei, o povo tem a obrigação de sustentar uma família por um acaso de nascimento. Infelizmente, ao contrário da nossa monarquia travestida, as monarquias de facto têm a vantagem de ser claras e mais escrutinadas. Se os direitos aristocráticos desta república menor também se transmitem pelo nascimento, eles reproduzem-se nos clubes de negócios, no centrão político, nos grupos financeiros, nos grandes escritórios de advogados, no incrível carrossel dos amigos políticos e dos amigos financeiros, das ligações de famílias ou do que uma boa carreira dentro do PS ou do PSD pode dar. Tudo isto converge na divisão de um país em duas grandes classes sociais: a nobreza e o povo (o clero oscila entre as duas, conforme os protagonistas e os momentos).
A ideia de que existe um “nós” e um “eles” já foi totalmente apreendida pelo povo e está na origem do quase irremediável divórcio entre a população normal e as instituições políticas. Existimos “nós”, – os remediados a quem a crise rapa as poupanças e manda para o desemprego a família – e “eles”, os que nunca vão à falência, os que nunca irão perder o emprego, os que continuarão a almoçar no Gambrinus à conta de uma empresa pública falida, aqueles que o Estado ajudará sempre por razões equívocas. O poder comporta-se – e isso é particularmente doloroso de ver em momentos como este – como Maria Antonieta antes da Revolução Francesa: “Se não têm pão, comam brioches.” É esse estado mental que permite ao governo fazer uma lei para cortar reformas, excluindo magistrados, militares ou trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos. E, para escândalo geral, nem uma palavra diz sobre um corte proporcional nas famosas reformas dos políticos.
O comunicado da Secretaria de Estado é lapidar desta total incapacidade de perceber que o fosso entre cidadãos e poder é dramático: o senhor secretário de Estado Hélder Rosalino admite que, “caso se justifique”, o corte nas reformas dos políticos “será tratado em sede própria”. Caso se justifique, ouviram bem? Comam brioches.
E por acaso Portugal é diferente de algum outro país?
A luta de classes não foi sempre uma constante ao longo da história?
Há no horizonte alguma maneira escondida em que se preveja que algum dia venha a ser diferente?
Não, meus senhores, Portugal não é diferente de nenhum outro país.
Sim, meus senhores, a luta de classes sempre foi sempre uma constante ao longo da história.
Não, meus senhores, não há no horizonte nenhuma maneira escondida em que se preveja que alguma dia vai ser diferente.
Porque é que não deixamos um pouco de lado a utopia e passamos a ser mais conscientes e pragmáticos.
Deve no entanto dizer-se em abono da verdade, que não podemos nem devemos falar de Clero, Nobreza e Povo como se estivessemos no Sec. XIII, como parece que é intenção do artigo da cronista.
A cronista fala sobre o povo como se estivesse a falar dos servos da gleba e quanto á mim isso não passa de uma falácia.
Quer se queira quer não, entre o Sec XIII e o Sec XXI houve uma evolução natural.
Ao longo dos séculos o povo foi conquistando o direito de ascender aos lugares antes só reservados à nobreza e conquistou também o direito de afastar a nobreza do poder de decidir sobre si.
Só haveria tempo para fazer ainda alguma coisa pelo planeta, se neste momento terminasse toda a industria transformadora, toda a industria agro-pecuária, toda a industria pesqueira e terminasse a exploração dos veios aquíferos.
Se do mesmo modo terminasse a exploração desenfreada dos minerais e combustíveis fósseis.
Se alguém encontrar alguma maneira de substituir tudo isso a terra ainda pode ser salva.
Neste momento há simplesmente duas questões possíveis, ou o homem ou o planeta.
A terra enquanto planeta não suporta seis mil milhões de humanos se não for explorada até ao limite e dentro de muito poucos anos a terra atingirá uma população de dez mil milhões de habitantes.
Quando a exploração atingir o limite e começar o retrocesso, o homem bem pode despedir-se da vida e da face da terra.
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